sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

buenas!
Diretamente da Ilha de São Luis para nuestro mundo virtualovski (polonês-portunhol). A virtualidade dos livros nunca me assustaram - questão de hábito por certo - mas esse negócio de blog ainda encaixou direito. Vai ver que é porisso que naõ tenho escrito com mais frequencia. Mas esse dia chegará... Passei quatro dias na cidade de Alcantãra, uma mistura de ouro Preto com Jericoacoara. è um lugar impressionantemente bonito!! Todo canto que se olha dá vontade de passar um tempo se demorando. até um gato dormindo, o pedaço de um braço encostado, uma mancha na parede, tudo lá é motivo de para e ficar meio quieto, olhando. As ruas são todas de pedra e a casaria e colonial (isso no centro, mas é bem grande, um monte de ruas, subidas e ruazinhas tranversais). Tem um monte de praça onde se avista o mar e as ilhar em redor, entre elas, uma faixa de luz e pédios, São luis. a vegetação é abundante, babaçuais e muito verde estão por toda cidade e tomam as antigas ruínas que estão por toda parte. As ruínas estão meio descuidadas, mas esse desleixo acaba criando uma paisagem bonita, as ruínas e aquele monte de plantas crescendo.... Nas paraias, botos (vi uns bem de pertinho) e muitos guarás, um passáro vermelho vermelho que tem aqui e passa toda hora aos bandos, é uma beleza, eles vao de alternando no céu formando uma linha disforme e flutuante, um reisco mal feito que cruza o céu, tem que ver. Para varias, como em São Luis tem sempre um reggae tocando no fundo, descobri que muitos por aqui tem birra com reggae, parece que ele anda descaracterizando as festar tradicionais e tal, toca muito mesmo, é verdade.
A população de Alcantara e em sua imensa maioria composta por negros. Negrões mesmo, bem escuros. Em todo município de Alcantâra são mais de cem quilombos!!! Saõ pequenas comunidades que vivem basicamente da agricultura, extrativismo (oleo de babaçu) e de algum artesanato. Muitos quilombolas saem de suas comunidade e vem morar na cidade de Alcantara. maria Batisá é uma delas. Quilombola de uma comunidade de Alcantara, mora na cidade ha bastantre tempo. Filha de mãe coureira (mulher que dança tambor) e versada nas encantarias, Batisá cresceu - como muitos e muitos por aqui - dentro desse universo.è na casa dela que estou hospedado. Ela é dessas figuras que valem um filme, um documentário, uma fundação, um instituto ou só minha atenção demorada mesmo. Sua casa é uma espécie de restaurante-pousada-pensão. Tem aqueles de fora que estão sempre por lá, comerciantes próximos, tem turistas de um dias, outros de mais dias, tem os filhos dela, o povo da cidade que acaba dormindo por lá, tem ela mesma. Todos, sem excessão, não tem quarto próprio. Cada dia se dorme em um canto, se armam as redes por toda a casa, há sempre uma aposta noturna onde será o lugar com menos insetos (eles dizem pragas). Eu já tenho meu lugar, no fundo da casa em euma palhoça de palha no quintal. Ao relento pegando vento, olhando as árvores. Tudo certo. Sempre tem alguém fazendo alguma comida, bebendo por ali, jogando dominó, jogando papo fora. é um entra e sai constante, peixe e caranguejo, farinha, cerveja e cachaça o tempo todp por ali. No meio disso tudo, Batisá, 62 anos, 1,50m, sempre bem arrumada 9troca de vestido tres vezes por dia), cheia de pulseiras, brinca muito e trata a todos meio como filhos, meio como amigos de longa data e importante dizer, como seres sexuais.
Vez por outra vem uma frase , um ditado para te lembrar que o sexo é parte da vida, parte importante inclusive. Aíás ditados por lá não faltam, muitas vezes rolam vários, um atrás do outro, a linguagem o tempo todo se soltando dela mesma, inventando imagens, se pulando, uma viagem. Batisá teve 16 filhos, nove sobreviveram a desnutrição. o casarão foi comprado por um ex marido francês. Segundo ela, ele queria levar ela embora pra europa. Foi sozinho, tinha muito filho pra criar ainda, me disse. Maria batissá, quilombola, puta mulher legal.
Daí o mundo super globalizeichon continua. Quem mandou cruzar o Maranhão com uma polonesa... A Anna é uma mistura de princesa transiberiana com o Zangief do Street Fighter, olhos glaciais e costumes bárbaros. É cada ma que é melhor nem escrever... Chegou por aqui também o Fir, um argentino gente boa e amante de punk rck e futuro baaterita de uma banda, se ele conseguir grana para compra uma bateria. A última experiência plasmódica misturébica foi uma tarde que passei com um theco, uma polonesa (Anna), um aargentino (Fir), Marcelina (uma quilombola, dois papgaios, três macacos e um vaimaraner (nao sei escrever isso) em uma casa colonial em alcantâra. Ficams lá, falando em theco-portunhol sobre o leste europeu e o Maranhão, bebendo café e ouvindo os macacos gritarem... Sem maiores comentários... Teudo começou quando a Anna encontrou a Marcelina de frente para uma ruína e parou para pedir uma informação. Em dois minutos conversavam em theco. Juro que quase virei de costas e voltei para São Paulo. Acho que vou morar em Londres, sabe como é, uma vidinha mais sossegada, sem tantos estrangeiros e linguas estranhas. As vezes peço para ana falar polon~es. Nao entendo lhufas, maas ela fica diferente, menos estrangeira parece mais familiar...
Depois de Alcantara fomos para Ilha do Cajual, a ma hora de lá.A ilha só tem um povoado, uma 50 casas, todas de barro, não há luz nem agua encanada. A população, toda negra, vive da agricultura, criação , pesca, extrativismo e - triste noticia - de fazer carvão com mata nativa (média de 100 reais de salaro). Andando pel povoado, se passasse uma girafa e sua girafinha andando juro que eu não estranharia, parece que você está na Africa (ou o que eu inagino do seja a Africa, o que me passou a TV). No cajual também há um parque (é esse o nome) de fosséis de dinossauros. Lá, dá mesmo a impressão de se estar em um lugar antigo antigo, meio esquecido, primal. A quantidade de insetos é absolutamente insuportável, fomos embora antes por que nao aguentavaava mais muriçoca, maruim, mutuca maneva e nao sei mai o que, todos incluidos na generica famila "pragas maranenhesys). Na ilha do cajual, durante o inverno, a vida human pequeno-burguesa citadina não é praticamente impossível. A Ana quase teve u surto, nem sua essenci de estivadr russo aguentou. Quanto a mim, duas noites foram suficientes para desmascarar qualquer pretensão de corresponder a alcunha de "super roots" que alguns mal intencionados amigos teimam em divulgar. Na verdade, acho que nem os dinosauros aguentaram aquilo ali, daqui a pouco os caras vao achar vestigios de algum mosquiteiro pre historico, não é possivel aquilo gente. E dizem que ate maio só piora, nao da nem pra imaginar. Tem também as encantarias todas da Ilha, as pedras miraculosas, as mães dágua e currupiras, feitiços e histórias. Em pouco tempo você fica sabendo de um monte de histórias e conselhos,não ande aqu a tal hora, nao durma virado praquele lado, nao faça isto perto daquilo, enfim, o lugar vive imerso nessa atmosfera. Ilaha do Cajual e seus mistérios... E sua pobreza. è uma vergonha falta de assistencia do Estado, é uma vergonha as pessoas terem que fazer carvão para sobreviver em um lugaar rico em biodiversidade como aquele (a natureza é lindíssima, de transçã para floreta amazonica, repleta de babaçuais, impressonante) é uma vergonha não ter um posto de saúde na lha toda e a escola so ter chegado ha quatro anos e é uma vergonha os jovens saírem de lá para a cidade e voltarem cntando historias de sua dependencia em merla, do crime como unica alternativa e da violencia cotidiana que vivem. Mata exuberante, encantaria e um descaso revoltante. tudo isso eu vi na lha do Cajual.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Olá, após = ou - quinze dias de viagem, escrevo agora para aqueles que se interessarem, um resumido relato do que aconteceu por esses dias.

A viagem para Belém foi relativamente tranquila. Fui no ônibus de um coletivo chamado " Revolutas", um fragmeto do PSOL, se bem entendi. Durante o trajeto, o esperado, Alguns Dramins, conversas sobre marx, esquerda, evolução e salamaleques que tais, samba mal tocado, insônia a noite, bancos desconfortáveis, banhos abençoados e amizades passageiras entre passageiros ( que bosta de trocadilho!) Tinha lá o falador, o bêbado, a la dos super comportados, o fundão beberrão, o organizador gente boa e paciente, enfim, a viagem foi o que ela estava prevista para ser. Ou quase. Um acontecimento inesperado literalmente me marcou. Na segunda noite, após beber boa parte de uma garrfa de dois litros de cachaça Pitu com fanta laranja quente, uma revolucionária estudante de filosofia, resolveu dançar uma mistura de reggae com maracatu (tocavam Chico Buarque , "meu guri, ah meu guri olha aí") e em um de seus floreios fui presenteado com um senhor pisão no meu pé já inchado pela viagem. Fiquei dois dias meio mancando. Ainda bem que ela era magrinha...
O Forum foi "aquela cosa", 200 países, 4758 assuntos e 100000 pessoas andando para lá e para cá procurando alguma coisa que receio que elas não tenham encontrado.. Eu fiquei na tenda indígena na maioria do tempo e também no alojamento indígena, uma viagem, 1220 indígena de todo o brasil acampados em uma escola. Fiquei amigo de três indias cariri do Ceará, elas eram muito legais, conversamos muito e ficamos dando risada. acho que foi a parte mais legal do Forum.
Belem é quente demais, e é uma cidade grande com todas vicissitudes de uma cidade grande, seus barulhos, carros e malcheiros. Mas, como me disse algué, Belém é uma cidade improvável. O que aquele aglomerdo urbano está fazendo no meio da floresta sem fim? Essa incongruência chama atenção o tempo todo, parece que a qualquer momento o holograma virtual pode falahar e você ver a verdade, que Belèm não existe, é uma ilusão. Ilusão bem mal feita ainda por cima, é lógico que é impossível uma cidade naquele lugar, só quem é muito bobo não percebe...
O povo é muito legal, tem um jeito de nordestino com seu afeto cheio de risos e vozes altas, uma camaradagem a priori e uma intimidade imediata meio desmedida pra quem vem do sul. Mas é um povo mais tranquilo ao mesmo tempo, carrega mais ternura parece.Com certeza é a presença da água, não dá pra ser seco naquele lugar, você fica mais doce por osmose com a floresta, o rio te amolece, não tem jeito.

De Belém fui para Algodoal, uma praia meio de Água doce, meio de água salgada, bom demais para banho. o lugar tava cheio por causa do Forum e ficou um clima meio de continuação daquela doidera lá. Pra ter uma idéia fizemos um acampamento com doze pessoas, onde haviam sete países (Brasil, França, Belgica, Polonia, Canadá, Espanha E Suiça) e cinco Estados (Pará, SP, MG, Paraná e Rio). è mole? Pra dizer a verdade, já estou meio de saco cheio em conversar em anglo-franco-portunhol, o idioma de um outro mundo possível e monossilábico e participar de conversas com a profundidade de um pires sobre paisagens e comidas do mundo inteiro. Até sobre o Laos eu conversei com um canadense. é muito mundinho exótico thop thuras pro meu estilinho caipira de ser...

Gorra estou em São luís com Ana, uma amiga polonesa que se diz maranhense (?!?!?) e um amigo argentino recém chegado. São Luís é legal, o centro é bem bonito, com seus prédios coloniais caindo aos pedações e cheio de plantas saindo deles. Você fica meio hipnotizado por aqui, chega a noite voce começa a olhar meio viajandão para tudo, as pessoas, as ruas, o nada... Já tinha ouvido falar desse efeito de são Luis nas pessoas, real mesmo, o trem é mei misterioso mesmo... Deve ser bom pacaralho aqui em junho, nos festejos de São João onde saem os grupos de boi. Deve ser algo de fazer qualquer ateu entrar em crise.

Hoje estou indo para Alcantara com Fil e Ana, a antítese física de um negro quilombola. Um monte de quilombo, eu, uma polonesa e um argentino, thop thuras exótico é pouco...

Enfim, aconteceram vários pequenos episódios que valeriam a pena de ser contados mas ficaria muito grande e tal... Uma outra hora eu conto o causo do jabuti cagão e os dois piauienses, o estranho hábitos de uma polonesa de alma maranhense, e os inúmeros momentos hilários de um lugar chamado Aldeia da Paz e seu evangelismo beija flor. è cada uma viu... è isso, hasta hermanos!